FELIZ SÁBADO >>> O RESGATE PARA MUITOS...
“Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Marcos 10:45.
A palavra grega λύτρον, traduzida aqui por "resgate", quer dizer, literalmente, o preço que se paga para alforriar um escravo. O mesmo sentido tem o vocábulo "redenção", derivado da palavra latina redimere, que quer dizer, ao pé da letra, "comprar de novo" (re-emere).
O coração da Meditação deste Santo Sábado encontra-se condensado na última sentença de Nosso Senhor: "O Filho do Homem – diz Ele – não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos" (verso base).
Quando, porém, Jesus opera o Seu serviço (διακονῆσαι) e oferece a Sua vida em resgate? Tudo começa, sem dúvida, quando o Verbo assumiu a forma humana , como atesta o Autor Sagrado: "Por essa razão, ao entrar no mundo, Cristo declara: 'Não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste um corpo para mim" (Hebreus 10: 5-7). Porém, é sobretudo no alto da Cruz que se realiza a redenção da humanidade. Derramando o Seu precioso sangue no madeiro e ofertando ao Pai o Seu amor infinito, Nosso Senhor repara a ofensa infinita que é o pecado e cancela a pena infinita devida por esse mal – o inferno.
Por isso, é possível dizer que todo pecado não passa de uma "gota de água lançada num braseiro ardente”. A grandeza do que operou Jesus: Ele verdadeiramente assumiu as nossas culpas, pagou a pena devida por elas e fez-nos livres. Quando, arrependidos, nos aproximamos do trono da graça (cf. Hebreus 4: 16) e jogamos os nossos pecados no fogaréu do amor de Deus, tudo se consome.
Para que isso aconteça, porém, é preciso que entremos na quantia dos "muitos" (πολλῶν) de que fala o evangelista. Se é verdade que Nosso Senhor oferece o Seu sacrifício por toda a humanidade, nem todos aproveitam dos efeitos da Sua Paixão. Isso se dá não por um defeito da redenção operada por Ele, mas pela má disposição das almas; em outras palavras, pela recusa do ser humano a associar-se à Paixão de Cristo.
Para estar consigo na glória, de fato, Jesus não indica outro caminho a percorrer senão o da Cruz: "Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?" (Marcos 10:38), Ele pergunta aos filhos de Zebedeu. Os dois respondem que sim, mas, como se sabe, só João permanecerá fiel e de pé diante da Cruz de Nosso Senhor. Tiago levará mais tempo para entender essa lógica – morrendo como mártir, alguns anos depois.
Quem tem a Sua Cruz diante dos olhos, todavia, é capaz de transformar a própria dor em amor, como Ele mesmo fez, ao passo que o sofrimento de quem não crê permanece sempre estéril e sem sentido.
Comentário do Autor:
Em Jesus vemos a glória de Deus sobre os homens. Jesus é a exata expressão do ser de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Ele é a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. Ele é semelhante ao Pai. Tem a mesma substância. Os mesmos atributos. Realiza as mesmas obras. Jesus é a exegese de Deus. Quem vê a ele, vê o Pai, pois ele e o Pai são um.
A glória vista no Verbo encarnado foi a mesma glória revelada a Moisés quando o nome de Javé soou em seus ouvidos; porém, agora, esta glória foi manifestada na terra em uma vida humana. Ele veio cheio de graça e de verdade. Ele veio para trazer a glória plena de Deus entre os homens. Distinto do Pai, mas da mesma natureza do Pai, veio para nos revelar o Pai, em toda a sua glória e majestade e nos conduzir de volta aos braços do Pai.
Feliz Sábado!
Com Carinho e Orações,
Charles Bernardes >>> Meditando COM DEUS
Palavra da Meditação: Marcos 10:35-45.
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