“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” I Pedro 2:21.
Queridos! Será que Deus se sente mais feliz com a fria irrepreensibilidade dos “bem comportadinhos” ou com a afetuosa efusão dos excluídos e pecadores? Aliás, os próprios “irrepreensíveis” se sentem felizes?
Jesus não tinha medo de pessoas mal-afamadas. Vemos no Livro Sagrado, que o Senhor aceitou até a demonstração de carinho de uma prostituta!. Enquanto Ele estava, à maneira oriental, deitado à mesa, na casa do fariseu Simão, chegou uma prostituta, regou-lhe os pés com suas lágrimas, secou-os com sua generosa cabeleira e perfumou-os com o rico perfume, adquirido com o dinheiro do pecado. Escândalo para a “gente de bem”. Mas Cristo aponta o mistério profundo que está agindo por trás das aparências: a mulher mostrou tanto amor, porque encontrou tamanho perdão!
Enquanto o fariseu não demonstrou carinho para com Jesus, porque achava que nada tinha a ser perdoado… Jesus explica isso por meio de uma parábola: um devedor a quem é perdoado muito mostrará mais gratidão do que um que pouco tem a ser perdoado. Enquanto o fariseu continua “na sua”, a pecadora encontra salvação: “Tua fé te salvou”.
Há muitas espécies de fariseus, de pessoas satisfeitas com elas mesmas. Há os fariseus clássicos, os “bem comportadinhos”, que se julgam melhores que os outros e acham que, por força de sua virtude, têm méritos, direitos e até privilégios diante de Deus. Mas há também os que acham que sua sem-vergonhice descarada e declarada os torna mais honestos que as pessoas menos ousadas.
Somos justificados pela fé. Não é bom arvorar-se em juiz em causa própria, e muito menos em causa alheia… Quem se julga justo e perfeito, que lhe pode acrescentar Deus? É melhor deixar-se declarar justo e sem culpa por Deus, mediante o Seu perdão, e amá-Lo de coração. Cumprir a lei (judaica ou outra) é bom, mas não nos livra de nossa culpa. Só Deus pode abolir nossa culpa, pois todo pecado atinge finalmente a Ele, nosso Sumo Bem. Ele aboliu a culpa demonstrando o quanto nos ama: permitiu que seu Filho Jesus desse a vida por nós. Esse amor é maior que nossa culpa. Jesus o leva dentro de si. Cristo pode perdoar o mal que marcou nossa vida. Nós mesmos, não. Só n’Ele nosso mal encontra perdão.
Quem assim, pela fé, se torna amigo de Deus, porque encontrou em Jesus o amor, não pode mais deixar de amar. Torna-se outra pessoa. A graça recebida de graça não pode tornar-se um pretexto para continuar pecando.