“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,” Romanos 8:20
O convite feito aos apóstolos se estendia a todos, e após alertá-los do mundo de lobos que enfrentariam para levar a Boa Nova, Jesus deixa claro o “rastro de graças” a todos que cooperassem com a prática do “caminho”.
Um antigo e conhecido conto narra as idas e vidas de um homem que levava água em potes de barro da fonte até sua casa. O conto narra que um dos potes estava rachado e no transitar a água caía pelo caminho. Após tantas idas e vindas nota que o caminho se tornara florido, lado que correspondia ao lado do pote rachado (…)
Acredito que todos conhecem essa história, mas por que a trouxe para essa reflexão?
Creio que muito mais que água fresca, um local para dormir, um cobertor, uma cesta básica, (…) as pessoas para continuarem no caminho precisam ser ouvidas. Na verdade o grande mal do mundo, que dizem ser a depressão, é a indiferença humana.
A indiferença faz brotar no coração a semente do ódio e não estou exagerando nesse argumento. É preciso deixar bem claro que abandoná-la é tão difícil quanto oferecer a outra face a quem nos agrediu.
Posso me atrever a dizer que existe a indiferença ativa e a passiva, sendo que a primeira é movida exclusivamente pela raiva, pela dor, pelo rancor, pela falta de perdão, pela auto-defesa, e todos os sentimentos que voluntariamente expressamos contra outra pessoa ou situação, mas o que de fato preocupa é a passiva.
A indiferença passiva “mata” a flor que torce para que nosso vaso esteja quebrado e assim receber a água fresca que cairá sem perceber. Percebi, na vida, o poder que tem quinze minutos de atenção para quem sofre ou esta agoniado. E como não perceber também a falta que faz nossa atenção a muitos outros irmãos e irmãs que desapareceram do nosso olhar e nunca mais foram procurados.
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.“. Hebreus 3:12-14.
Lembro de uma época, ao sair para o trabalho, de ver todos os dias uma jovem senhora que fez seminário de vida. Lembro o quanto ela foi tocada por Deus naquele encontro, mas alguns anos depois, notava que ao passar por mim ela abaixava a cabeça, meio que se escondesse. O que será que ela pensava? Será que ela pensava que eu a esqueci, que tudo que foi pregado ou ensinado foi da boca pra fora? E quantos como ela também estão por ai, abaixando a cabeça ou atravessando a rua para não nos olhar nos olhos?
Sim, às vezes alguns temem nossos pré-julgamentos por voltarem a vida que tinham antes (quem somos nós para julgá-los); outros têm a impressão que os esquecemos (e de fato é meio que verdade); outros porém acreditam que “nos achamos” (as vezes sim, infelizmente); outros que o encanto acabou (a semente encontrou um solo pedregoso), (…), mas independente disso somos convidados a levar á água fresca; somos convidados a não nos importar de fazermos trabalho dobrado por nosso vaso estar quebrado.
Talvez o “nosso pai” do evangelho de hoje seja nosso orgulho unido a nossa vaidade. Talvez seja o medo de atravessar a rua e falar bom dia; a preguiça de pegar o telefone e ligar. Ao irmos às pessoas, abrimos as portas para um segundo encontro com Deus .
Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.” Mateus 10:40
Por fim
Pode-se pecar de diversas maneiras contra o amor de Deus: a indiferença negligência ou recusa a consideração da caridade divina, menospreza a iniciativa (de Deus em nos amar) e nega sua força. A ingratidão omite ou se recusa a reconhecer a caridade divina e a pagar amor com amor. Amém!.
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MEDITANDO COM DEUS